quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Ministro defende que qualquer graduado pode trabalhar como jornalista

Fazemos uma pausa nos temas biocombustível e cana de açúcar para falarmos sobre mais um capitulo de um tema recorrente em faculdades de jornalismo: quem tem o direito de exercer a profissão jornalística.

Segundo a Folha de S. Paulo desta quarta-feira, o ministro da educação, Fernando Haddad, estuda a autorização para que graduados em qualquer área possam exercer a profissão de jornalistas, desde que se especializem, cursando algumas disciplinas essenciais da área. Segundo o ministro, seu principal objetivo não é entrar na questão da obrigatoriedade do diploma, mas tratar da formação do jornalista, discutindo as diretrizes dos cursos, que passarão por uma supervisão como aconteceu com direito, pedagogia e medicina. Com esse objetivo, será criada uma comissão que avaliará, num prazo de 90 dias, a proposta. O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Sérgio Murillo de Andrade, classificou a proposta como inoportuna. "É uma proposta feita por alguém que está distante da realidade da profissão”, afirmou ele em entrevista à Folha. Nos sites da Associação Nacionais de Jornais (ANJ) e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), por sua vez, nada consta sobre a idéia do ministro. Esta discussão, sobre a regulamentação do trabalho jornalístico, está desenrolando no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2006, tendo como relator o Ministro Gilmar Mendes, que já registrou “profissionais” sem possuir diploma. A obrigatoriedade do diploma será muito importante pois, apesar de não ser um inquestionável carimbo de qualidade, ele impedirá que pessoas como esposas e/ou amantes de donos de emissoras, “carniceiros” e modelos, que hoje povoam a TV sem nenhum prepararo, desempenhem essa função de forte apelo e influência junto ao público e à vida do país.

Quem sabe com uma imprensa melhor preparada, não conseguimos um país mais digno. Afinal, um país é visto por meio dos relatos de sua imprensa.

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